sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Dr. Maurice - Moléstia Diverticular dos Cólons

MOLÉSTIA DIVERTICULAR DOS CÓLONS
Hoje, meus filhos (permiti-me que assim vos chame, pois vos quero como tal), versaremos sobre a moléstia diverticular dos cólons. Elas se caracterizam pela formação de aspecto secular nas paredes do intestino grosso. No intestino grosso sua localização preferencial é na região do sigmóide.
Esta moléstia é mais frequente nos paises industrializados do Ocidente. Nos países de Continentes subdesenvolvidos, como a África e a Ásia, sua ocorrência é rara. No Brasil, a sua incidência é desconhecida até a terceira década de vida, conforme estatística. A partir da quinta década de vida, sua incidência aumenta conforme estudos radiológicos e de necropsia. 
A enfermidade aumenta de intensidade a partir da década de 20, do século passado, cerca de 40 anos após o aparecimento da farinha de trigo branca. Isto ocorreu após a revolução industrial, no final do século XIX, que substituiu a farinha de trigo, que era integral, rica em fibras, pela farinha branca.
O termo diverticulite define a presença de inflamações no divertículo, e o termo diverticulose, a existência de divertículo sem processo inflamatório. A moléstia diverticular dos cólons acomete tanto o sexo feminino quanto o masculino, sem predominância de um sobre o outro.
Os sintomas, quando presentes, geralmente iniciam-se pela dor em cólica no lado esquerdo e baixo-ventre do abdome. Esta dor, que normalmente aumenta de intensidade após as refeições, pode ser aliviada depois da eliminação de gases e fezes. Pode haver também diarréia ou constipação intestinal.
Quando esta dor é severa no lado esquerdo baixo, acompanhada de febre, calafrio, pulso acelerado e aumento de leucócitos (glóbulos brancos) podemos estar diante de uma das complicações mais comuns, que é o perissigmóide (diverticulite).
O diagnóstico da moléstia diverticular é feito basicamente pela radiografia contrastada (enema opaco) e pela colonoscopia.
Esta enfermidade, ao longo dos anos, pode evoluir com algumas complicações e fístulas, comunicações anormais entre órgãos, fístula colovesical (cólon e beiga), fístula colovaginal (cólon e vagina), fístulas externas para a pelo, obstrução intestinal e perfurações para dentro da cavidade abdominal (peritonite).
A hemorragia nesta doença é frequente. Em geral é profusa, mas cessa espontaneamente. É caracterizada por sangue vermelho vivo. Necessitando às vezes de transfusão ou até mesmo de cirurgia.
Rotineiramente emprega-se o tratamento clínico nos pacientes sintomáticos da moléstia diverticular dos cólons, mesmo quando há processo inflamatório local ou sangramento intestinal. A melhora dos sintomas ocorre em 80% dos casos.
A dieta, rica em fibras, que incluí cereais integrais, frutas, verduras, legumes crus ou cozidos, traz grande benefício. Também é importante o uso de água nos intervalos das refeições.
Quando se faz necessário, associa-se auxiliares da evacuação como metilcelulose, agar e mucilagens que aumentam a massa. Deve-se evitar as sementes de frutas como mamão , uva, laranja e dos vegetais como tomate, pepino, etc.
O tratamento cirúrgico é indicado nas complicações como suboclusão, oclusão intestinal, nos abcessos, nas fístulas, perfuração diverticular, nas hemorragias incontroláveis e nos carcinomas (cânceres) concomitantes. As cirurgias de emergência podem atingir índices de mortalidade de 20 a 30%, segundo as estatísticas.



                                                                                                                                          Maurice.



Psicografada  na noite de 15/10/2003.

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