O
CARMA E O LIVRE ARBÍTRIO
O carma e o livre arbítrio
ainda causam celeumas em vossos meios, pois muitos encarnados acham que os
mentores podem resolver todos os problemas existentes em suas vidas. Outros,
ainda, por trabalharem num núcleo espírita, procurando dar tudo em si, acham
que seus carmas poderão ser sanados completamente. Isso não poderia causar
celeumas, pois é um fator que não deveria ser estranho ao vosso raciocínio,
pois sabeis que o carma é oriundo dos deslizes do livre arbítrio; portanto,
cada um deverá colher do que semeou.
O carma poderá ser
amenizado segundo o mérito de cada um: do desprendimento próprio, do amor
fraternal que deverá imperar em cada coração e, principalmente, do perdão pelas
faltas cometidas por outros contra a sua própria pessoa, sem contarmos que o
orgulho, a vaidade e a revolta jamais devem imperar entre vós.
No entanto, deparo-me com
pessoas que, ao passar pelo crivo da dor, revoltam-se inconformadas, achando
que deveriam receber o beneplácito do Alto. No entanto, não aquilatam que essa
sua dor seria de maior proporção se não estivesse praticando a caridade. Estão
cientes que o Evangelho de Cristo é a única salvação para o ser encarnado;
todavia, não o abraçam devidamente.
Por outro lado,
deparamo-nos com pessoas que não crêem possuir o livre arbítrio, ou não se
conscientizam que o mesmo é de sua inteira responsabilidade. Constantemente vão
à procura de médiuns para saber se efetuam este ou aquele negócio, se enveredam
por este ou aquele caminho. No entanto, os espíritos de luz jamais interferem
no livre arbítrio do ser encarnado, pois sabem, de antemão, que em ambos os
caminhos tomados existem aguçados espinhos, na maioria das vezes. E ao
aconselhar verbalmente através de um médium a seguir determinado caminho em que
os espinhos não são tão aguçados como os do outro, o encarnado, as se deparar
com eles, logo acusa o espírito de luz de mistificador, fanfarrão, etc.
Ajudam sim, orientando-os
quando libertos do corpo pelo sono reparador, conduzindo-os a cidade astral a que
pertencem, e mostrando ambas as trilhas que estão receosos de resolver
encetá-las, ou se depararão com os obstáculos das mesmas e optarão, segundo o
seu livre arbítrio, o caminho a encetar.
Dessa forma, as
comunidades superiores se manifestam, socorrendo os que desejam operar junto às
hostes de Cristo, respeitando o livre arbítrio que a Bondade do Pai concedeu ao
ser encarnado. Nem mesmo para o bem se pode violentar o livre arbítrio daquele
que ainda não pode cooperar a contento. Não se pode colher o fruto imaturo, e
sim por aguardar por momento psicológico em que os sofrimentos impostos pela
lei do carma os façam burilar, e se apresentarem em condições especiais e
favoráveis de serem socorridos.
Se não fosse assim, e
viésseis sem manuseados ora por entidades de luz ora por entidades trevosas,
que méritos teríeis numa encarnação?
Se fosseis conduzidos por
entidades de luz, os méritos seriam delas. E se, ao contrário, fosseis
conduzidos por entidades trevosas, a derrocada espiritual seria atribuída a
eles e não aos encarnados.
Podereis, sim, atrair com
vossos atos e pensamentos entidades de luz, que podem vos aconselhar no caminho
a trilhar, como também entidades trevosas, que vos aconselham a trilhar por
veredas inadequadas; mas, quem decide aceitar ou não estas sugestões é o
encarnado possuidor de seu livre arbítrio.
O ser altruísta,
filantrópico, cujo fator primordial é o amor fraternal que impera em seu
coração, aquele que respeita na íntegra os Mandamentos de Deus, adotando os
Ensinamentos de Jesus, é sempre assessorado por entidades luminares.
No entanto, na situação
que se encontra a humanidade terrena, é difícil nos depararmos com aqueles
seres envoltos por entidades de luz, ou sejam, anjos e arcanjos. É difícil nos
depararmos também com criaturas que possuam válvulas que se abrem à infiltração
de eflúvios de entidades trevosas. Até mesmo os homens íntegros em seus
negócios e labores cotidianos podem ser vulneráveis à cólera ou à irritação. Os
pacíficos e acomodados, às vezes, são avassalados pelos ciúmes e podem sofrer
pelo amor próprio ferido, ou mesmo se desgastam pela ingratidão. Outros, ainda,
quando são frustrados em seus ideais ou diante de alguma discussão, procuram no
álcool retemperar suas forças. Outros, mediante uma vida fácil, vivem rodeados
de entidades trevosas, atraídas pelos seus negócios desonestos; estes procuram
sempre desculpa plausível para os mesmos. Outras criaturas, sensatas, justas,
somente conseguem ajustar suas idéias, aplacar os nervos fumando dezenas de
cigarros, que abrem válvulas para entidades trevosas, pois é um convite para
tranqüilizar seus desejos.
Todos os vícios,
frustrações, defeitos, emoções descontroladas, meios desonestos, cólera, ira,
pensamentos malsãos, e uma série de motivos difíceis de se enumerar, são válvulas
abertas que auxiliam o êxito de entidades trevosas, que se esmeram em vos
aconselhar erroneamente.
Contudo, no momento que
deveis decidir, a lei do livre arbítrio vigora, e tanto as entidades trevosas
quanto as de luz são afastadas para que o discernimento seja emanado de vós
próprios.
Nosso Pai proporcionou
para vós um cérebro para pensar, para discernir o certo do errado, enviou à
Terra Jesus para vos dar o exemplo de como agir; depende, pois, exclusivamente
de vós, de vosso livre arbítrio, a conduta certa a tomar.
Sabeis previamente o que é
certo ou errado, mas desejais sempre o apoio dos mentores que vos assistem,
para quando algo não der certo terdes diante de vós o bode expiatório para
lançar-lhe a culpa.
Até mesmo as coisas
comezinhas de que quereis vos isentar do trabalho santificante para a elevação
de vossas almas, muitas vezes pedis autorização dos mentores. Porém, é de vossa
vontade vos eximir do mesmo, mas não quereis assumir tal responsabilidade, pois
sabeis que desejais trocar o labor por uma recreação, por um divertimento.
Nesses casos, nenhum espírito de luz se manifesta, a não ser quando há
necessidade de um descanso para reerguimento de vossas forças, pois depende de
vós, de vosso livre arbítrio, tal responsabilidade.
Quanto ao carma que vez
por outra achais por demais pesado, acima de vossas forças, quero que vos conscientizeis
que na maioria das ocasiões sois vós mesmos que assim escolheis, pois não
suportais o peso de suas próprias faltas, e quereis vos ver livres o mais
depressa possível das mesmas. Solicitais desse modo um carma que, na maioria
das vezes, não conseguis cumprir a contento. No entanto, como os tempos são
chegados e não tereis outra oportunidade, suplicais para que tudo seja
ressarcido, porquanto quando estais no plano espiritual sois conscientes de que
somente pela dor é que podereis ser burilados, e que a Terra, sendo planeta de
expiação, é nela que deveis vos burilar os exemplos nós os defrontamos há todos
os instantes: na dor mineral, o carbono bruto se transforma no cobiçado
brilhante. Na dor vegetal, a roseira tem que ser podada para em seguida
cobrir-se de belas flores, assim como a videira também, a fim de cobrir-se de
flores e posteriormente de frutos. No reino animal, as espécies inferiores
burilam-se na dor, no sentido de atingir a forma ereta do homem. Na dor humana,
o homem se apura para transformar-se no anjo eterno, chegando um pouco mais perto
de Jesus, aspirando sempre a planos edênicos.
Portanto, deveis saber
utilizar devidamente de vossos livres arbítrios, visando atenuar os vossos
carmas, tendo-se em conta que estes são originários daqueles, e lembrando
sempre de que não há tempo para o pagamento em uma nova encarnação no planeta
Terra, e o que fizerdes doravante retornará imediatamente para vós mesmos,
atenuando ou agravando ainda mais vossos carmas.
Paz e Amor
Fabius
Psicografada em 26/11/1990