sexta-feira, 20 de dezembro de 2013


Fabius – Estigma da Alma

Em minhas peregrinações por sobre o orbe terráqueo, procuro sempre entender o comportamento humano, que é afligido por estigmas da alma, por doenças quase incuráveis, não houver vontade predominante de se modificar, com a mente consciente dos propósitos de suas falhas, de seus erros. No entanto, os portadores de doenças da alma geralmente se colocam na qualidade de vítimas em suas auto-análises e não chegam ao discernimento do quanto estão errados em acoitar a inveja o despeito, o ciúme, o orgulho, a vaidade, a cobiça que são estigmas nefastos oriundos da alma.

Geralmente são criaturas que ostentam uma aparência errônea, completamente diversificada de seus sentimentos interiores. Falam meigamente e, às vezes, um tanto piegas, possuindo mel na voz e dardos peçonhentos escuros sempre pontos a atacar. São madeiras carunchadas por baixo de forte camada de verniz. Aparência de anjo, coração de demônio.

Infelizmente, a etiqueta pelo fato de ser bela e brilhante, não afiança a presença de vinho fino no frasco. Essas criaturas somente mostram as garras nos raros momentos em que não conseguem se controlar. Nessas horas conseguem expelir um pouco do veneno mordaz residente em suas entranhas, para logo mais fechar-se novamente dentro de sua falsa aparência. No entanto a inveja, o orgulho, a vaidade, fazem morada intensa e permanente em seus corações, e não permitem que ninguém os empane, que ninguém os suplante ou mesmo que se iguale a eles. Para tanto, procuram agir nas sombras, tecendo, tramando, urdindo intrigas fomentando discórdias em torno daqueles que os poderão suplantar. Enfim, distorcem aos poucos, com certa cautela, indiretamente, a imagem de seu suposto adversário, atacando-o assim a todos os seus familiares, com o intuito de afastá-lo de perto de si.

Quando pretendem querer a simpatia, a benquerença de alguém, e se esse alguém é do sexo oposto tudo fazem pra se insinuar. Se esse alguém retribui, ou lhes dá a esperança de um dia retribuir, se criam uma efêmera ilusão e depois, arrependidos, evitam ir para frente nas suas pretensões, esse ser, rebelde, volta-se contra a família, em geral partindo do alvo visado, emitindo eflúvios mortíferos, causando dores, mal estar, atritos e comportamentos fora do comum em toda a família que não estava equilibrada o suficiente para rechaçar esses eflúvios.

Quando é o contrário, o ser visado aquiesce e vai de encontro à criatura acometida por esses estigmas da alma; sofre terrivelmente, pois o que realmente desejariam era apenas o sabor da vitória conquistada, para depois humilhar e gargalhar a quem e do que fizeram.

Quando alguém suplanta esse doente da alma e ele por sua vez, não pode demonstrar seus sentimentos, tendo que manter o verniz exterior, remoe-se de tal forma em ódio, em revolta, em ciúmes, em inveja, que cai doente, sem que o médico material consiga atinar com o motivo, chegando, muitas vezes, a chama da revolta exteriorizar-se na forma de grandes febres. Tem raiva de tudo e de todos e procura isolar-se para melhor pensar e arquitetar planos macabros, engrossando desta maneira as fileiras e as compactas massas de pensamentos malsãos que envolvem o Planeta Terra. Onde existe um continuo metralhar pernicioso, um dardejar de raios fulminantes e nocivos que criam uma floresta de sargaços viscosos, formados pelos detritos e produzidos pelos pensamentos impuros. Sem se aperceberem, essas criaturas contribuem para a hecatombe esperada se aproxime cada vez mais acelerada.

O Plano Astral Superior tudo faz para que essas almas sejam reconduzidas para o caminho certo, para que tirem os estigmas de suas almas que lhes impede a própria ascensão; mas como disse alhures, tudo depende de suas próprias vontades, de seu próprio livre arbítrio, e não da vontade dos Espíritos de Luz que, inúmeras vezes, sofrem ao se perfilar com essas criaturas acometidas desses estigmas e de saberem que lhes foi um filho ou filha querida de pretérita encarnação. Ou mesmo uma mãe amada, um pai extremoso. A única coisa que podemos fazer é orar intensamente, regando à Essência Divina, a Deus Onipotente, que ajuda a esses que peregrinam por estradas tétricas, envoltos nos estigmas da alma em inúmeras encarnações.

Paz e Amor!

 

Psicografada no núcleo de trabalho, na noite de 14/04/1993.

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