Fabius – Cremação do Corpo Físico; Doação de
Órgãos
Recebemos insistentemente apelos
solicitando-nos esclarecimentos a respeito da cremação do corpo físico após a
morte e, também em idêntica circunstancia no tocante a doação de órgãos.
Devo salientar que, no livro ALÉM
DA SEPULTURA, Atanagildo dá ao leitor uma ampla dissertação sobre a
desencarnação e seus aspectos físicos. Em se tratando de assunto há muito
divulgado, não irei interromper o relato para considerações e preâmbulos,
expondo resumidamente o que haveremos de dizer.
Para tanto, para esse
esclarecimento, tivemos que solicitar permissão do Plano Astral Superior,
obtendo-o somente agora, cujo teor passamos a elucidar:
Nenhuma desencarnação é
semelhante à outra, vaiando de individuo para individuo. Essa variação depende
muito da evolução espiritual do desencarnante; da bagagem de boas ações de cada
um; do respeito e acatamento dos mandamentos do Plano Superior; do medo que
avassala o desencarnante, como também dos liames que o ligam a matéria, ao lado
do desespero e da angustia de seus familiares. Inúmeros são os fatores que
imantam o espírito do desencarnante ao corpo material, sem contarmos com os
casos de suicidas, quer consciente quer inconsciente. Os conscientes são
aqueles que, deliberadamente, se suicidam cônscios do que estão fazendo; os
inconscientes são aqueles que abreviam suas vidas por meio de vícios, como o
álcool, o fumo, as drogas, excesso e omissão de medicamentos. Os que estragam a
saúde entregando-se a paixões e a excessos sexuais. Os que ingerem alimentos em demasia, vivendo
mais para comer e não em comerem para viver. Os que se negam a se alimentar
convenientemente, mesmo tendo condições para tanto, preferindo alimentos não
próprios para sua saúde. Em síntese: a maioria das pessoas parte da Terra
abençoada como suicida e, como tal, jungida aos despojos cadavéricos, ligada
pelo cordão prateado.
Por esse motivo, alguns médiuns
videntes presenciam muitas vezes o desligamento desse cordão no momento da
saída do féretro para o cemitério, existindo almas desequilibradas e
consideradas suicidas em que o referido cordão somente é desligado algum tempo
após o sepultamento, sentindo a decomposição de seus próprios corpos carnais,
assistindo a vermes famélicos devorarem as entranhas e os próprios
cadáveres.
Os suicidas conscientes ou
inconscientes sofrem atrozmente esse martírio o tempo todo que deveriam
permanecer na Terra. Em casos especiais, são compelidos a uma rápida encarnação
cheia de sofrimento, para cumprirem o tempo que lhes fora determinado.
Alguns irão perguntar:
- Se o sofrimento da decomposição
do corpo físico tiver lugar, observando a fauna microbiana famélica devorar o
cadáver, e então sentir a voragem desses vermes destruindo tudo em seu
derredor, não seria preferível a incineração?
Eu vos respondo que não, pois se
são suicidas, se anteciparam as horas, dias ou meses de sua morte, terão de ali
permanecer até a hora exata da desencarnação para fortalecerem o perispírito, e
este, por sua vez, de preparar a essência, ou seja, o espírito, libertando-o
totalmente do arcabouço carnal. A incineração ou cremação rompe brutalmente
este cordão prateado, provocando um grande desequilíbrio no espírito, que
caminha no plano astral qual alienado, pois assistiu e sentiu o fogo consumir-lhe
o corpo material.
Para os seres equilibrados,
conhecedores da existência de uma vida após a morte; para os que levaram uma
vida dentro do Evangelho; para os que não cultivaram o rancor, o ódio em seus
corações; para os que não foram perfeitos, na acepção da palavra, mas que
respeitavam as Leis de Deus, para estes todos recomendamos a cremação, assim
mesmo após 72 horas do seu desencarne, ou da sua morte física. Isto porque,
mesmo estes, devido às lamentações, aos choros convulsos de seus familiares,
poderão retardar o desligamento total do cordão prateado localizado a altura do
umbigo.
Muitos ainda irão perguntar:
- E os que desencarnaram
coletivamente por meio de um incêndio: será que sofrem após o seu desencarne da
mesma forma daquele que foi cremado?
Eu vos respondo:
- Os que desencarnam por meio de
incêndio, quando este não é provocado com intenção suicida, esse desencarne faz
parte de seu próprio carma e, como tal, existem equipes socorristas que
procuram desligar prontamente o cordão prateado. Mas, como disse alhures, cada
caso é diferente dos demais, e mesmo tratando-se de morte coletiva decorrente
de incêndio, quando se salda um carma preestabelecido, existem exemplos em que
o temor da morte é de tal modo exorbitante, que mesmo uma equipe dedicada a
operações desencarnatórias tudo fizer para adormecer, para deixar em estado de
letargia ou inconsciência o espírito desencarnante, este se esforça para
interferir no total desligamento espírito/matéria. Tais seres temem não só a
morte, como também o ensejo de enfrentar o desconhecido.
Na antiga Índia, costumava-se
cremar os cadáveres. Respeitava-se, todavia, o prazo então estipulado, isto é,
até quando o cheiro fétido começasse a exalar do defunto, indicando já sua
decomposição.
No Egito, por ocasião dos
embalsamentos efetuados entre os faraós e aos pertencentes a famílias nobres,
respeitava-se o prazo de 72 horas, ou mais, dependendo da classe a que
pertenciam. Ramsés II chegou há esperar uma semana antes de lhe iniciar o
processo de embalsamento. Seu corpo era untado diariamente com resinas que
impediam seu deterioramento.
Mesmo os antigos de vossos pais,
jamais se enterravam seus mortos antes de se completarem às 24 horas. Sem
saberem o motivo desta norma, evitavam que seus entes queridos fossem
sepultados ainda com o cordão prateado.
Tendes que compreender que o
encarnado teme a morte porque e por demais arraigados as coisas materiais, aos
tesouros efêmeros, as paixões animalescas, a largar tudo isso, de imediato, lhe
é extremamente difícil.
Agora, no tocante a doação de
órgãos, o caso muda de figura, pois, ao acalentar tal desejo, o doador age com
a intenção de fazer um bem a alguém. Assim, todo bem efetuado é bem visto pelo
plano espiritual, que adormece o espírito ainda ligado ao corpo para que este
não sinta a retirada logo após o desencarne do individuo. O coração, também
imediatamente, deve ser removido com o corpo ainda quente. Desde que tenha sido
constatada a morte material, o plano espiritual tudo faz para que o indivíduo
não sinta a retirada do órgão.
Alguns perguntarão:
- E o medo, nesse caso, também
não influenciará?
- Às vezes sim, mas como é um
caso de caridade, como é um caso de doar-se a si mesmo para que outro ser viva,
o desencarnante recebe eflúvios fortíssimos, que agem como a mais poderosa
anestesia num caso cirúrgico.
Poderão perguntar ainda:
- E se o doador for um suicida em
potencial consciente ou inconsciente?
- Mesmo assim não sentirá falta
do órgão, apesar de ainda estar ligado a matéria. Existem inúmeros casos de
suicidas que passam pela autopsia, cujos órgãos são retirados, sem mesmo que a
família saiba, a fim de servirem de estudo ou mesmo, quando possível, para
transplantes. Tais criaturas nada sofrem, simplesmente porque isso não fazia
parte de seu carma.
É inconcebível ouvir certos
espíritas dizerem que não doam córneas porque não querem passar cegos para o
plano espiritual. É um remarcado disparate, eis que, o que lhe foi retirado,
não foi a córnea espiritual, mas sim a material, córnea essa que, se não a
doassem, serviria ela de prato para os vermes famélicos e destruidores que
compõem a chamada fauna dos túmulos. Portanto, todo bem efetuado ao próximo
reverte para o próprio espírito, como também todo mal praticado a ele retorna,
inevitavelmente. Inúmeras vezes, o desencarnante recebe beneplácitos do Alto
pela intenção de fazer o bem a outrem, doando algum de seus órgãos.
Espero que minhas elucidações
satisfaçam as almas ávidas por saber e por aprender. Não fui mais além pois
certas revelações ainda não são permitidas em vossos meios.
Somente explanei o que me foi
permitido. No entanto, quero salientar que existem muitas coisas entre o Céu e
a Terra que o encarnado sequer pode imaginar.
Paz e Amor!
Fabius
Psicografada no núcleo de
trabalho, na noite de 30/07/1993.
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