Fabius – O Burilamento
Através da Mediunidade
Em
minhas inúmeras andanças por sobre o orbe terráqueo, pude observar o
burilamento que a mediunidade traz para o espírito aspirante à ascensão
espiritual. Naturalmente, aludo sobre a mediunidade desabrochada no momento
certo e próprio, e não aquela que, como a flor, é cultivada na estufa, a que se
desenvolve antecipadamente com exercícios medianímicos, insistindo no contato
com as almas desencarnadas que podem até mesmo provocar distúrbios orgânicos.
A
mediunidade, quando exercida convenientemente, coadjuvada com atividades
filantrópicas e benfeitoras ajuda a tarefa de reabilitação concedida pelo Alto,
na atual encarnação. Todavia, é vã utopia pensar-se que a mediunidade ou a
freqüência a um centro espírita protege o individuo de resgatar um carma
difícil e espinhoso. Ajuda-o, no entanto, as vencer os obstáculos colocados em
seu caminho. Inúmeras vezes, a mediunidade produz fadiga, cansaço, que varia de
individuo para individuo. O intercambio entre o plano material e espiritual
consome substâncias energéticas da massa encefálica reduz as cotas vitais
magnéticas da rede nervosa, produzindo certa desmineralização no sangue. Até
mesmo o sistema endócrino mobiliza os hormônios necessários para ativar as
glândulas e movimentar as cordas vocais ou o braço do médium a fim dele falar
ou escrever o que lhe foi inspirado. Inúmeras vezes, o intercambio mediúnico
exige maior ou menor consumo destas energias, conforme o teor de
responsabilidade; no entanto, isso se manifesta de acordo com a resistência
biológica de cada um. Entrementes, a insuficiência das condições físicas,
emotivas e financeiras não impede de o médium exercer suas funções, pois o Alto
não exige do ser humano uma carga maior do que aquela que ele possa suportar.
Mesmo
na psicografia ou na psicofonia, o Alto somente aguarda aquilo que o individuo
possa em dado momento doar.
Inúmeras
vezes, o médium, cuja função é somente a de uma ponte viva entre o setor
invisível, ou seja, o plano espiritual, com o visível, que é o plano material,
doa-se de boa vontade às entidades que deverão se manifestar, trazendo algo de
novo aos seus ouvintes ou leitores. Não nos referimos aos médiuns portadores de
animismo, que tentam enaltecer-se aos encarnados com o fito de se agraciarem
com a simpatia dos mesmos, mas aqueles que se entregam de corpo e alma para a
elucidação de um grupo ou de todo um núcleo, a fim de a um ou a outro
propiciarem a ascensão espiritual desejada. Inúmeras vezes as entidades se
utilizam dos médiuns batendo sempre na mesma tecla, como afirmam muitos,
esquecendo-se que esta tecla é a que pode propiciar a sua própria salvação.
Quando as mensagens ou palavras pronunciadas de um mentor vão ao encontro das
pretensões da maioria, verifica-se então um aplauso geral; quando não, os
observadores acham que tudo é emanado do próprio médium. Começa aí o
burilamento pela mediunidade, pois o médium, que sempre é portador de maior
sensibilidade, por ser a ponte viva entre dois planos, sente no próprio corpo
carnal a emanação de pensamentos malsãos que vem em sua direção.
Os
encarnados procuram não colocar na balança se o que foi dito ou escrito condiz
com os preceitos do Evangelho. Colocam apenas os seus próprios conceitos, a sua
maneira de ser e o modo de encarar a vida que, nem sempre, condiz com as
pretensões do plano espiritual. Outras vezes, pleiteiam que seja dito ou
escrito o que, para eles, é de suma importância, mas que não tem importância
alguma para o plano espiritual, a não ser a sensibilidade que seu coração
anseia e quer que seja explanada. Então, revoltam-se intimamente, não possuindo
a humildade esperada pelo plano espiritual, que aguardava o momento oportuno
para revelar a aqueles o que eles queriam.
No
entanto, a revolta existente em seu coração, os pensamentos indevidos emanados
contra o médium anulam esse momento oportuno tão ansiado e aguardado. Enquanto
isso, o médium sofre as investidas que o pensamento contrário lhe proporcionam.
O médium resgata um pouco do seu carma, enquanto o outro ser o angaria um pouco
mais para si mesmo. Mesmo na vidência e na audiência, quando o médium vê e ouve
certas determinações emanadas do Alto a fim de que o trabalho em execução
transcorra da melhor forma possível (o plano espiritual vê além do que vê o
plano material), alguns se revoltam intimamente, pois queriam apressar ou
retardar mais um pouco o que estava fazendo. Outros acham que essas observações
são inoportunas e indevidas, e inevitavelmente o médium sente os impactos
dessas vibrações contrárias.
Felizmente,
o plano espiritual procura, sempre que for possível, colocar uma proteção dos
médiuns que, ao nascerem, se comprometeram a cumprir um serviço excepcional em
favor do próximo. Que se comprometeram a colocar uma sinalização de alerta
antes dos desvios da estrada que os conduzirá a meta certa, para que não se
desviem do caminho. Almas essas que muito erraram, incitando os demais a
errarem também e que agora voltam, no campo do bem, para da mesma forma,
procurarem ressarcir seus erros através da mediunidade.
A
vós outros que ledes esta mensagem, antes de criticardes, de acusardes a fim de
vos isentar de vossas próprias culpas, se ouvirdes o que diz o mentor, ao
lerdes uma mensagem, ao mesmo ao ouvi-las, procurai analisar se as palavras
escritas ou ditas estão dentro dos parâmetros do Evangelho, para verificardes
se são emanadas de espíritos de luz ou das trevas. Esforçai-vos sempre por
fugir dos elogios infrutíferos que jamais um espírito de luz irá pronunciar,
mesmo que os referidos elogios sejam verdadeiros, a fim de não fazer florir a
flor da vaidade que possa germinar em vossos corações. Tentai fugir também das
acusações dos ditos espíritos de luz a pessoas ausentes na ocasião e que, por
isso, não podem se defender, pois se os espíritos de luz não enaltecem, também
não acusam, citando nomes. Quando as entidades luminosas se propuserem a
orientar uma ou mais pessoas, o fazem de um modo geral, sem fazer alusão a quem
quer que seja.
Pensai
e meditai no que vos disse, guardando para vós mesmos o discernimento a que
chegastes, procurando evitar serdes o burilamento de qualquer médium.
Paz
e Amor!
Fabius
Psicografada
no núcleo de trabalho, na noite de 16/07/19923
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