sábado, 6 de outubro de 2012


Peter – A União Conjugal

 

Uma família começa com a união de um homem e uma mulher formando um casal. Onde cada qual traz as próprias características, suas condutas morais, e esses seres geralmente são espíritos devedores que reencarnam a fim de reatar laços não muito afetivos, tornando-se mais receptivos em suas inúmeras encarnações. Vindos de lares diferentes, de condutas e modo de ser diferenciados. As contribuições são os talentos, qualidades e recursos que podem ser variados. As características são os aspectos da personalidade, qualidades e recursos que podem ou não ser positivos. Se os traços de caráter forem marcados pela imaturidade moral, pela irresponsabilidade pessoal, pelo desconhecimento da própria necessidade, a relação vai ser conflitante. Mas se cada qual entrar para o casamento consciente de seu papel para fazer da relação um bem comum, a inteiração dos dois será mais harmônica e suave.

 

Infelizmente, muitos entram para o casamento inconscientes, como se fosse uma aventura da qual se pode desistir a qualquer momento, basta que para isso o homem ou a mulher encontre um ser que preencha a lacuna de seus devaneios sexuais ou esperando encontrar um melhor “status” de vida, financeiramente falando.

 

Mas não é bem assim. Separar é muito doloroso, principalmente se houver filhos em permeio. Muitos se separam e acabam se arrependendo e sentindo muita culpa. Notadamente quando olham para trás e percebem o desgaste e a dor sofridos. Portanto, é preferível pensar e se preparar para entrar na relação. Adequar-se para executar uma tarefa é o melhor e mais curto caminho para o sucesso da empreitada. O casamento é uma tarefa quase tão importante quanto à profissão.

 

É preciso preparo e amadurecimento. É necessário afastar de si o egoísmo, tão peculiar em nossos meios, onde cada qual pensa em si, em seus desejos satisfeitos do que no bem geral. É preciso preparo e amadurecimento, repito. No casamento saudável os cônjuges conhecem, respeitam e cumprem os seus papeis. Contribuem para o crescimento mutuo. Formam uma aliança duradoura e satisfatória capaz de enfrentar a próxima batalha, a chegada dos filhos, dependendo do casal a harmonia e o equilíbrio do próprio lar.

 

Para que o casal possa criar um padrão de amor, ternura e compreensão é necessário estabelecer certas regras para viver. Essas regras amenizam o antagonismo das expectativas e dos caprichos individuais; esclarecem a divisão de poder e tomada de decisões; estabelecem o equilíbrio entre o que será privado e o que será publico. Sem elas, a administração financeira, a relação com os amigos e a presença de familiares se tornam uma guerra.

 

No estabelecimento de um padrão de amor no casamento, as regras são definidas com respeito e cuidado, levando-se em conta o bem individual e o bem comum. Quanto mais espontânea for à discussão das regras e sua aplicação, mais os cônjuges se aproximam um do outro, mais a relação desliza para o contentamento e a felicidade. Recusar, discutir regras é jogar a relação no abismo da incompreensão mútua. Regras claras mostram quem paga o quê, pois para cada direito exige-se um dever correspondente, para cada privilegio há uma obrigação. Para cada ganho arrisca-se uma perda.

 

Uma das grandes falhas no relacionamento do casal é o distanciamento emocional, o afastamento mútuo. A capacidade humana de estar fisicamente num lugar e psicologicamente em outro tem vantagens que são passageiras.

 

Quando o distanciamento emocional é de longa duração gera confusão e frustração no cônjuge. A relação pode evoluir para o desapego e a separação.

 

A reclusão não passa de uma defesa, fuga ou negação de um ambiente ou situação que não se quer enfrentar. É comum em pessoas que não querem assumir suas fraquezas e até necessidades dificultando o relacionamento.

 

Fogem do relacionamento e acumulam trabalho. Quanto maior a pressão maior o afastamento. Preferem romper a resolver conflitos. Respondem muito mais quando são afetivamente solicitados. Por outro lado, quando tomam a iniciativa doam-se mais.

 

O comportamento de um cônjuge afeta toda a família. Se um busca o outro emocionalmente e não encontra cria um desequilíbrio afetivo, num desencontro gerador de um ciclo de acusações. Ninguém suporta ser rejeitado por muito tempo. Para a relação evoluir equilibradamente requer-se a inteiração de afetos positivos e negativos. Se dominar o negativo, caminha-se para o desajuste. Afinal, casar é comprometer-se com a satisfação mutua de necessidades, o que não será conseguido com o afastamento emocional.

 

Em geral, o homem é mais propenso ao distanciamento emocional, tendendo para a insensibilidade. Não desenvolve, não alimenta a parte afetiva.

 

Muitas vezes o padrão educacional o direciona para ser mais frio. E muitas vezes, ele se sente ameaçado o vulnerável diante de qualquer manifestação afetiva.

 

Muitos acham que falar de características diferentes do homem e da mulher é um estereotipo inócuo. Mas, na verdade, as diferenças existem e devem ser respeitadas. O homem tem medo de se expor, de se comprometer com uma relação e ser rejeitado. E se protege fingindo-se de forte.

 

Esconde-se para não demonstrar a insegurança de seu valor pessoal na inteiração com a mulher, aparentando ter o controle da relação. De inicio, a mulher pode até sentir-se atraída pela segurança desse homem, mas isso durará pouco tempo. Se o afastamento do homem for provocado por insegurança quanto a sua masculinidade, ele pode se tornar agressivo e dominador. Também pode tornar-se exímio manipulador. Nessa linha torna-se rival da esposa, mais preocupado com a rivalidade fraternal, infantil, do que com o desempenho do papel adulto do cônjuge. Se a esposa aceitar essa manipulação, os dois acabarão carentes de afeto, insatisfeitos porque cada um estará querendo levar mais vantagem sobre o outro.

 

Para entrar no casamento o homem deve ser um produto acabado, isto é, amadurecido. Responsável para assumir as suas tarefas, pois só assim é dignificado e honrado e se realizará pelo cumprimento do dever. Sem maturidade, o homem poderá contribuir para um casamento neurótico, doente, onde os sintomas são manipulados e usados para manter o cônjuge sob controle.

 

Nunca é demais insistir que o homem precisa estar conscientizado da necessidade de nutrir psicológica e emocionalmente a esposa. Nesse sentido as palavras tem efeito miraculoso e medicamentoso. A esposa é faminta de palavras suaves, agradáveis, gentis. Adora ouvir expressões de reconhecimento, apreciação e valorização. Gosta de ser olhada, admirada, respeitada e amada. Vibra ao som de elogios que se tornam mais poderosos, quando são verdadeiros e honestos.

 

O uso de palavras de encorajamento e carinho podem prolongar a vida da mulher. Afasta o desanimo e promove a felicidade. Fazendo com que ela tenha ânimo para viver e suplique ao Pai Eterno que a conserve mais alguns anos vivenciando os momentos felizes.

 

O Pai Eterno, feito de Amor e Bondade, dá-lhe mais alguns anos de vida para que ela alcance a ascensão necessária, para, mais tarde, em futuras encarnações, ela consiga burilar-se em outros ângulos. Pois o amor, efetuado na vida a dois, já foi conquistado e plenamente realizado.

 

Peter

 

Psicografada no núcleo de trabalho, na noite de 11/11/2004.

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