sexta-feira, 27 de julho de 2012


Luiz Lamas - A Vela



A vela qui tava tremulando, apagou,

Porque firnamente si acabou,

Ficando acesa inté nu fim dela,

Pagando tudo cum cautela.



Quando argúem morre, disincarna,

Deixa a dô nus familiares, qui inté abala.

Nu intanto, si o prano materiar si desespera e chora,

U espirituar se regozija cum essa nova aurora.



Pruque, si cumpriu totarmente a provação

Na presente incarnação;

Então, pruque chora o prano materiar,

Si a verdadeira vida é a espirituar?



Deviam é inté ficá contente

Cum a partida dessa gente!

Pruque num vão sofrê quando chegá a dô i u rangê di dente,

Vão é tá amparando i dando força prus parente, di modo diligente.



Mais, é qui oceis tão adesconfiado

I num tem muita certeza du qui us espera du outro lado.

Confiam, adesconfiando

I não im tudo acreditando.



Tanto que não acreditam, que teimam sempre em errá,

Achando qui não vão tê qui um dia pagá.

Faiz as coisa escondidinho,

Achando qui num vai sê adescoberto nu meio du caminho.



Ara! Qui gente danada,

Qui inda num aprendeu nada.

Qui num sabe qui num dianta as coisa esconde,

Pruque o Arto sempre sabe u qui si passa nu meio di vosmecê.



Num dianta parecê qui é gente boa,

Pruque, u qui si faiz, num fica à toa;

Fica tudo gravado

I na própria aura anotado.



Inté us mau pensamento,

Qui aflora im todo u momento,

Faiz parte da aura du encarnado,

Si amostrando im todos us lado.









Intão, quando si passa pru lado espirituar,

I já num si tem o corpo materiar,

Essa aura acmpanha u esprito,

Deixando ele triste e em confrito.



Pur isso, a vela da vida

Tem qui, até o fim, sê consumida,

Pra expurgá, pra pagá tudo os debito du passado,

Pra arma conseguí muita coisa, e na aura se tê apagado.



Pru isso minha moçada,

Vamo fincá u pé na verdadeira estrada,

Procurando nem nus pensamento errá,

Pra mor da aura mais limpa ficá.



Luiz Lamas

                                                                                              



Psicografada no núcleo de trabalho,  na noite de 17/09/1993.


Nenhum comentário:

Postar um comentário