terça-feira, 28 de agosto de 2012


Damião – Troca do Pecador Confesso pelo Inocente Cheio de Amor

 

Há quase dois mil anos

Reencarnou, na Terra, um belo Arcano

Para reconduzir ao verdadeiro aprisco todos os humanos.

Mas, para envergar o corpo carnal,

Teria de restringir Seu corpo espiritual.

 

Um longo tempo teve que ter como preparo

Para que Sua Alma pudesse se condicionar no corpo humano,

Pois Seu Espírito era por demais evoluído, soberano,

Que viria para instruir, tirando lacunas, deixando tudo claro.

 

Finalmente, numa noite repleta de estrelas rutilantes,

A cintilar a todo o instante,

Um cometa anunciou à Terra

O início de uma Nova Era,

Pois nascia o Messias aguardado

E por todos esperado.

 

Nascia uma criança numa pobre manjedoura

Numa noite feliz, imorredoura,

Embora, se quisesse, poderia ter nascido em berço de ouro,

Ostentando coroa, possuindo tesouros;

Mas, preferiu nascer na pobreza e humildade

Para mostrar que podia, mesmo sendo humilde, praticar a caridade.

 

Essa bela criança,

Desde Sua tenra infância,

Dava exemplos de amor e bondade

Com altruísmo e dignidade,

Amando as formigas, os repteis, a chuva, os coriscos e o ribombar dos trovões,

Que causavam as demais crianças, sérias apreensões.

 

Ele amava tudo o que vinha do Pai, de Deus,

Criador da natureza, para o bem dos filhos Seus.

E, em tudo, via realeza

Coberta de inigualável beleza,

Sendo, muitas vezes, tachado de insano

Por ser diferente dos demais humanos.

 

Tornou-se homem, sempre espargindo o amor,

Procurando amenizar toda e qualquer dor,

Praticando milagres entre a multidão,

Sanando feridas que maltratam o coração,

Fazendo com que cegos começassem a ver, paralíticos a andar

E pregando as Leis de Deus, com sabedoria exemplar.

 

Todavia, não foi compreendido,

Não foi encarado como Messias amigo.

Sua paga foi ser traído, escorraçado,

Como um malfeitor chicoteado,

E, como tal, julgado e justiçado,

Sendo que também veio a ser crucificado.

 

No entanto, a dor que excrucia e maltrata,

Maior ainda que a dor da chibata,

A dor cruel que tira o ânimo e deplora

E ver a ingratidão, na extrema hora,

É ouvir vaias do porviléu em desatino

Contra aquele que somente queria proporcionar um melhor destino.

 

A ingratidão da multidão desvairada,

Que pela liberdade de Barrabás bradava,

Trocando-O por um facínora, um ladrão,

Sem piedade no coração,

Relegando a crucificação o Promulgador da “Bem-Aventurança”

Que trazia nos lábios mensagens de fé e esperança.

 

A ingratidão foi pior do que na fronte os espinhos a cravarem-se,

Pior do que sob o látego as carnes a lacerarem-se,

Pois Ele, que somente espargiu o amor,

Colheu a flor da ingratidão de modo fulminador.

Mas, apesar de tudo, em Seu Estertor,

Quis livrar a humanidade deste ato lamentador,

E erguendo aos Céus Seus Olhos tristes, profundos,

Rogando ao Pai a absolvição da gente deste mundo,

Suplicou com amor e coragem:

“Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem”.

 

Damião

 

Psicografada no núcleo de trabalho, na noite de 02/04/1993.

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