terça-feira, 7 de agosto de 2012

Peter - Quando Morre Alguém


Quando um navio afunda os ratos são os primeiros a fugir. Quando morre alguém de nosso afeto até mesmo os familiares mais chegados são os ratos que invadem a casa, procurando dela retirarem os bens existentes e endereçando-os para os próprios bolsos. O espírito deste alguém a tudo presencia revoltando-se pelo saque efetuado, não se conformando em ver as suas coisas disputadas dessa forma, onde um quer esconder do outro o que tirou.

A morte é apenas um túnel por onde levamos a carruagem de nossos problemas de uma vida para a outra. No entanto, ao passarmos para a outra vida, levamos conosco os sentimentos que nos acossaram na vida terrena e temos a decepção, ao constatarmos que se digladiam entre si para obter o melhor quinhão material do que amealhamos durante a vida inteira. Vem aí a inconformação e, com ela, a mágoa que faz o espírito estacionar ao longo de sua jornada. Levamos conosco somente, de bagagem, os bons e os maus atos praticados. Ela a morte, é somente uma longa viagem. É o passado que, quase sempre, reclama o esquecimento. É difícil, pois se a morte parte os grilhões frágeis do corpo, ela é imponente para dissolver as algemas inquebrantáveis do espírito, e, diante das decepções, o espírito não consegue libertar-se. Mesmo diante de uma bela acolhida, mesmo quando os Espíritos de Alta Hierarquia tentem nos proteger, nosso espírito fica pairando, fugindo da proteção, pois não se conforma de enfrentar a verdade.

A morte é uma felicidade e um tormento porque nos arrebata a carne, mas nos agrava os sofrimentos interiores. Por esse motivo, não nos devemos apegar às coisas materiais, pois, ao observarmos o saque efetuado, sofremos intensamente, sendo o que nos dói mais é a decepção que nos avassala e impede a evolução. Até mesmo um objeto de pouco valor pode ter um grande elo de afetividade.

Principalmente quando se dá uma morte súbita, quando o espírito não tem tempo de raciocinar, de pensar em suas qualidades e defeitos e também se desliga dos bens materiais, quando em vida não se lembrou de destinar os seus bens. Aí, então, os encarnados procuram  tirar o melhor quinhão. Quando não deixa por escrito de como e quando estes bens devem ser distribuídos. Mesmo assim, às vezes as suas vontades não são respeitadas.

E o melhor meio é desprender-se dos bens materiais quando em vida, consciente de que nada daquilo poderá levar com ele quando a morte chegar. É melhor prevenir do que remediar.


Peter

Psicografada no núcleo de trabalho, na noite de 14/07/2005  

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